Semíramis Corsi Silva (UFSM) e Carlos Eduardo da Costa Campos (UFMS)
Resumo: A relação com o sagrado é uma dimensão fundamental da experiência humana. É notório que diversas sociedades da Antiguidade desenvolveram formas de contato com a esfera do divino. Dessa maneira, há uma variedade de indícios históricos sobre cosmogonias, mitologias e rituais mágico-religiosos que nos ajudam a compreender as diferentes facetas de suas culturas, tais como questões de gênero, elementos de poder, aspectos das mentalidades, etc. Ressaltamos que o estudo das religiosidades na Antiguidade, portanto, colabora para a superação de visões reducionistas e preconceituosas que separam e até mesmo opõem mito, magia e religião. Tal temática sempre chamou a atenção de pesquisadores, desde a legitimação da História como uma área do conhecimento no século XIX. Entre os pioneiros, podemos citar James Frazer (1854-1941), Sigmund Freud (1856-1039), Émile Durkheim (1858-1971), Henri Hubert (1872-1927), Marcell Mauss (1872-1950), Carl Gustav Jung (1875-1961), Mircea Eliade (1907-1986), Lévi-Strauss (1908-2009), Walter Burkert (1931-2015), entre outros. Desse modo, cumpre notar que as investigações sobre religiosidades partem de influências de outras áreas do conhecimento como a Linguística, a Psicologia, a Arqueologia e a Antropologia. No entanto, questões novas têm sido colocadas para os pesquisadores e as pesquisadoras, especialmente depois da chamada virada cultural e das perspectivas advindas da Nova História Cultural e dos Estudos pós-coloniais e de Gênero. Neste Simpósio, almejamos reunir trabalhos que contribuam para o debate sobre religiosidade, mito e magia na Antiguidade e as recepções desses temas em outros momentos históricos.